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Conferência na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC – 2011

Na origem das duas experiências e mesmo da abordagem multidisciplinar, que de uma maneira ou de outra procura aproximar as disciplinas, está aquilo que os estudiosos chamam de inflação do conhecimento e pulverização da ciência numa infinidade de disciplinas, associadas à Babel das línguas e ao choque das duas culturas, de um lado a humanística, de outro a científica, que ignoram uma à outra e não falam a mesma linguagem, como viu Snow. Esta situação de imenso desconforto foi produzida desde a metade do século XIX e foi agravada ao longo do século XX, até chegar ao século XXI. Para se fazer uma ideia da situação em fins dos anos 80, Julie Klein apresentou no Congresso Mundial sobre a Transdisciplinaridade realizado em Arrábida, Portugal, em 1994, as cifras, e voltou a elas num instigante artigo publicado em 2004 com o título de Interdisciplinary and complexity: na envolving relationship: 8530 campos do conhecimento em 1987 e cerca 4000 disciplinas em 1990 (cf. p. 3). Na mesma época, num esforço de agrupar esse conjunto, o CNPq operava no Brasil com 868 áreas de especialidades, muitas vezes justapondo-as e não exatamente integrando-as.É com prazer que estou aqui em Goiânia, ao lado de Otávio Velho, Arlindo Philippi e Bela Feldman-Bianco, para discutir um tema sumamente atual, de análise difícil e com escopo amplo e diversificado, abrangendo as mais variadas áreas do conhecimento e tendo como fórum um Encontro como este da SBPC.